Silvia Cristina de Moreira Moura, 40, morreu por complicações de uma pneumonia, na noite de segunda-feira (26). Ela estava internada no Hospital Geral de Arraial do Cabo, desde sexta-feira (23), e deveria ser transferida para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), devido ao agravamento do estado clinico. Mas, apesar da existência de 10 leitos de UTI na unidade onde ela estava internada, que não funcionam por falta de verba, Silvia morreu porque não foi transferida a tempo, já que em nenhuma vaga estava disponível em todo o Estado do Rio de Janeiro.

Ironia do destino ou não, trata-se de mais uma vítima falta ocasionada pela falta de UTI nos hospitais da Região dos Lagos. No Hospital Geral de Arraial do Cabo, foi construída há um ano uma unidade com dez leitos, que está totalmente equipada. Apesar disso, a unidade não funciona e nunca funcionou. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Carlos Alberto Barroso, o problema é a falta de recursos para manter a unidade funcionando.

"O custo mensal da UTI é de R$ 800 mil. Custo que o município não pode bancar sozinho. Com relação á paciente, tentamos todos os recursos para conseguir uma vaga em UTI, mas não foi possível. Nem com um milhão de reais conseguríamos uma vaga naquela ocasião", disse o secretário.

A Secretaria de Estado de Saúde confirmou o pedido de transferência de Silvia Cristina. De acordo com informações da Central de Regulação, não havia vagas em UTI disponível em nenhuma unidade de saúde da rede Estadual. De acordo com a secretaria, ao todo são 1.058 leitos no Rio de Janeiro e, na ocasião, todos estavam ocupados. Segundo ainda a secretaria, tanto o Estado quanto a Federação podem fechar parcerias para a manutenção da UTI do Hospital Geral de Arraial do Cabo, mas não foi encontrado nenhum pedido para a mesma.

Já o Hospital Geral está sob intervenção da Secretaria Municipal de Saúde. Há meses a população tem reclamado das más condições da unidade, da falta de médicos, de medicamentos e exames.