Todo brasileiro já nasce entendendo de futebol. Pelo menos, essa é a crença popular. Somos 200 milhões de técnicos. E, depois da derrota enfrentada pela seleção brasileira na última terça-feira (8), as especulações aumentaram bastante sobre as falhas do comando técnico de Luiz Felipe Scolari, o Felipão. Em meio a busca por explicações sobre a humilhação sofrida, boleiros cabofrienses revelam suas frustrações em relação ao esquema tático do comandante da seleção e os nomes que teriam capacidade de assumir o time.

Com duras críticas ao esquema tático utilizado pelo Felipão durante o último jogo da seleção, o presidente da ADDP, Armando Mariosa, acredita que o que a seleção apresentou em campo foi uma vergonha. “O Felipão tinha que ter fechado o time”, declarou ele fazendo referência a defesa que não soube fazer o papel devido.

“Eles jogaram com a defesa totalmente aberta. Eu, se estivesse no lugar do técnico, colocaria o Luiz Gustavo no lugar do Neymar Jr. E também tiraria o Dante de campo. Talvez assim teríamos um time mais conciso”, disse.

 “O problema foi o salto alto”, falou o locutor esportivo e apresentador, Sidnei Marinho. Segundo ele, o principal erro do Felipão foi a desatualização, a desinformação e, principalmente, a falta de humildade. “Estávamos convencido de que iríamos ganhar o jogo. Ficamos com a ideia congelada de que somos os melhores do mundo. Fomos de peito aberto. Em níveis gerais, faltou conhecer o adversário”, declarou Sidnei.

Para Valdemir Mendes, presidente da Cabofriense, a culpa não somente do Felipão. O técnico pegou uma situação complicada. Ele acredita que é preciso planejamento, principalmente da CBF, e rever alguns conceitos antigos. “A CBF está parada no tempo. Não se faz campeão sem planejamento”.

O jornalista esportivo, Léo Borges, preferiu olhar para o futuro e não fazer análises sobre o que já passou. “Fomos humilhados. Não jogamos nada do que esperávamos, mas acho que o Brasil vence a Holanda. Os dois times devem colocar muitos jogadores que ainda não atuaram na Copa e com certeza nosso time virá mordido para apagar a derrota histórica”, disse ele.

Possíveis técnicos

Com um contrato que vence domingo (13) com o fim do mundial, Felipão dá adeus à seleção canarinho. Para a mesa redonda do RC24h, o nome mais capacitado para assumir o posto seria o treinador espanhol Pep Guardiola.  O presidente da CBF, José Maria Marin, já declarou rejeitar a ideia de um técnico estrangeiro.

Para Sidnei Marinho, a CBF precisa, assim como em todo o resto do mundo, abrir a mente para o novo estilo de futebol. O apresentador acredita que seria preciso um técnico estrangeiro, como o Guardiola, para comandar o time.

“Não vejo, no cenário atual brasileiro, ninguém que possa assumir a Seleção. Não temos ninguém com essa competência. Mas como a CBF rejeita totalmente a ideia de contratar alguém estrangeiro, eu indicaria o Titi, que tem feito um bom trabalho. Ou o Muricy Ramalho”, disse ele. O técnico do São Paulo, Muricy Ramalho, rejeitou o convite de estar à frente da Seleção, em 2010.

Léo Borges nem cogita a hipótese de um técnico brasileiro. Para o jornalista, atualmente o cenário está tão ruim que nem é possível fazer este tipo de especulação. Léo acredita que o treinador português José Mourinho ou então, assim como o Sidnei, o Guardiola seriam boas opções.

O presidente da ADDP compartilha da mesma opinião. Para Armando Mariosa, o Brasil está preso as glórias do passado, mas há muito tempo não joga um bom futebol. É preciso que um técnico estrangeiro traga esse olhar novo para o país. “Mas, aqui do Brasil, eu indicaria o Titi”, finaliza ele.

Somente Valdemir Mendes não se mostrou insatisfeito com a qualidade dos técnicos brasileiros. Para ele, Vanderlei Luxemburgo, que esteve à frente do time em 2001, seria um bom nome a ser cogitado. “Ele tem pulso forte e fez um bom trabalho anteriormente. Seria minha indicação. Mas, primeiramente a CBF precisa de planejamento. Não se faz nada sem planejamento”, declara ele.

Campeã 2014

Por unanimidade, os boleiros entrevistados acreditam que a Alemanha levará a taça para casa. Alguns se garantindo na qualidade da seleção alemã. Outros somente pela rivalidade entre Brasil e Argentina. Mas não houve dúvida na hora da resposta. Sem titubear, os quatro declararam que a Alemanha será a campeã em 2014.

“Será um jogo duro. Dificílimo. A Argentina vai em entrar no campo menos ousada, depois do que aconteceu com o Brasil. Vai jogar com a defesa fechadinha e levará o jogo até o fim assim, dificultando o ataque da rival, como tem feito em todos os jogos anteriores.  Mas a Alemanha leva a melhor”, declarou Sidnei Marinho.