TRAGÉDIA NA POLÍTICA: PSB tem 10 dias para confirmar o nome de Marina no lugar de Campos

Presidenciável morreu em acidente de avião em Santos, no litoral paulista, onde tinha compromissos de campanha em Guarujá


Diante da morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB-PE), ocorrida na manhã desta quarta-feira (13), em Santos (SP), a pergunta que não quer calar: como vai ficar a situação desta chapa nas eleições. Segundo a lei 7.773, de 8 de junho de 1989, em caso de morte de um candidato a presidente, o partido tem 10 dias para indicar um substituto. Marina Silva é a opção natural, mas não automática. Ela teria que renunciar ao cargo de vice, para depois encabeçar a chapa. Tudo isso, é claro, com a concordância de todos os partidos que integram a coligação.

Em meio a tamanha tragédia, as lideranças do PSB estão evitando de falar no assunto nesta quarta-feira. Mas, como a campanha na TV começa na terça-feira (19) da semana que vem, a decisão terá de ser muito mais rápida e não haverá muito tempo para luto. Analistas políticos acreditam que a decisão deve ficar nas mãos do PSB, que em reunião vai decidir que rumos tomar. Em seguida, as lideranças dos demais partidos serão informados e assim por diante.

Nem mesmo Marina Silva comentou sobre o assunto. Assessores dela informaram para a imprensa que ela está indo para o local do acidente.

Tragédia na política brasileira

Eduardo Campos, 49 anos recém completados, pai de cinco filhos, morreu nesta manhã, no mesmo dia em que o avô dele, Miguel Arraes morreu há oito anos. A morte ocorreu depois que o jato em que Campos estava, com mais seis pessoas, caiu na altura do número 136 Rua Vahia de Abreu, mo bairro Boqueirão, em Santos (SP). Não houve sobreviventes. Ao contrário do informado antes pelo PSB, a mulher do candidato, Renata, e o filho Miguel não estavam na aeronave, assim como o assessor Rodrigo Molinas, que do Rio de Janeiro, seguiram para o Recife (PE). Segundo a Aeronáutica, estavam no avião, além de Campos, os assessores Pedro Valadares e Carlos Percol, Alexandre Severo e Marcelo Lira. A presidente Dilma Rousseff decretou luto de três dias e, assim como Aécio Neves, suspendeu os compromissos de campanha.

O Comando da Aeronáutica informou, por nota, que o avião, modelo Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, caiu às 10h. “A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, às 9h21, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave”, diz nota da Aeronáutica.

Campos iria para um evento na cidade de Santos chamado SantosExport. A aeronave (aparelho Cessna, prefixo PRAFA) pertencia à empresa AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. e já havia sido utilizada pelo candidato outra vez. Segundo relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a manutenção anual do avião estava em dia, com validade até 14 de fevereiro de 2015. O avião foi inspecionado em fevereiro deste ano.

O Certificado de Aeronavegabilidade (CA), que atesta as condições da aeronave, tinha data de validade em 22 de fevereiro de 2017. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da Anac, a documentação do piloto também estava em dia. O avião tinha capacidade para transportar 12 passageiros.

A sala de imprensa do Corpo de Bombeiros informou que sete vítimas foram socorridas em hospitais da região. Todos estavam nas proximidades do local onde ocorreu o acidente e foram atingidas por estilhaços do avião. 
Categorias: Política

Fotos da notícia




Outras notícias