Censo pesqueiro: balanço parcial já tem mais de 8 mil profissionais identificados

Pesquisa passou por Cabo Frio e outros 18 municípios do litoral


Com mais de 8 mil pescadores e maricultores entrevistados em 19 municípios do litoral fluminense, terminou no último mês a fase de coleta de dados do Programa de Caracterização Socioeconômica da Pesca e Maricultura, censo pesqueiro que vai traçar, pela primeira vez, o perfil desse segmento no estado do Rio. 

Contrapartida exigida pelo Ibama à Petrobras para a exploração do pré-sal na Bacia de Santos e realizada também em outros três estados brasileiros, a pesquisa no Rio de Janeiro é coordenada pela Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (a Fiperj, órgão vinculado à secretaria estadual de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca) e deve ser divulgada em março de 2015, com a apresentação do relatório final.

Os trabalhos começaram em maio deste ano, com as entrevistas de campo feitas ao longo dos últimos sete meses nos 18 municípios fluminenses que integram a Bacia de Santos (de Paraty a Cabo Frio), além de Armação dos Búzios que, mesmo fora dessa faixa, foi incluído no programa por sua importância no segmento da pesca e maricultura (produção artificial de seres aquáticos em ambientes marinhos). Segundo Maria de Fátima Valentim, bióloga da Fiperj e coordenadora geral do Programa de Caracterização no estado do Rio, foram aplicados 9.678 formulários socioeconômicos (incluindo de entidades e embarcações) e visitadas 325 localidades de pesca. Mesmo não sendo o resultado final - há ainda formulários a serem cadastrados no banco de dados do projeto -, esses números já superam as expectativas.

"Este quantitativo é bastante expressivo, principalmente em relação às localidades de pesca. Para se ter uma ideia, no Diagnóstico da Pesca que produzimos com base nos monitoramentos feitos em 2011 e 2012 no estado, temos mapeados 187 pontos, e só na parcial do censo já contabilizamos 325 locais", adianta a bióloga.

Coleta de dados feita por pesquisadores de diversas áreas

A coleta de dados foi feita em campo por uma equipe de 28 pesquisadores de diversas áreas (como geógrafos, advogados, assistentes sociais, biólogos e gestores ambientais) contratados, sob a supervisão de dez técnicos da Fiperj que estarão à frente da próxima fase: a de análise geral e minuciosa dos dados que vai identificar, de maneira inédita, a realidade das atividades da pesca e maricultura no estado, gerando muitos ganhos para o setor. 

"Este trabalho vai possibilitar o acesso a informações que auxiliarão em novas políticas públicas para a área. Nosso objetivo é caracterizar não só o pescador em sua localidade, mas um perfil geral deste profissional, como as condições em que vive, onde pesca e como é sua frota. Outros pontos importantes a serem analisados são a quantidade de pescadores artesanais e industriais e se todos têm registro profissional, o chamado RGP", explica Maria de Fátima.

Programa custou R$ 1,5 milhão

Com recursos de R$ 1,5 milhão e financiado pela Petrobras, o programa acontece também em cidades de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. No Rio, os municípios contemplados pelo projeto são Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba, Itaguaí, Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Magé, Guapimirim, Itaboraí, São Gonçalo, Niterói, Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do Cabo. Já Búzios recebeu o levantamento graças à parceria da Fiperj com a secretaria municipal de Meio Ambiente e Pesca.
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