Comércio cabo-friense diz que Carnaval ficou abaixo da expectativa

Por outro lado, saldo da folia foi positivo para o setor gastronômico


"Cidade de praia cheia, como ficou Cabo Frio neste último Carnaval, já não significa altos lucros para o comércio como antigamente". O desabafo da comerciante Elis Regina Barroso, de um pequeno estabelecimento do centro da cidade resumiu a decepção, para ela, que foi o feriadão de Momo. A lanchonete - que serve salgadinhos diversos, entre outros lanches - também faz as vezes de um mini mercado para quem sempre precisa de itens de última hora como produtos de limpeza e higiene, enlatados e água mineral. Mas o estoque de dona Elis - que estava preparado para vender pelo menos o dobro, segundo ela, ainda "tem bastante coisa". "A gente esperava vender bem mais. Mas o turista de Cabo Frio tá trazendo tudo de fora, praticamente fazem compras de mês antes de virem para a praia", disse a comerciante que trabalha há 15 anos no ramo.

A gerente de uma loja de roupas íntimas, Sônia Machado, que fica no Itajuru, centro de Cabo Frio, comparou com o ano anterior, quando só fechou as portas um dia apenas, em todo o período do carnaval. "Esse ano o movimento foi tão abaixo do que eu esperava que trabalhei no sábado de Carnaval até as oito da noite e fechei as portas. Só reabri na quinta-feira, depois das festas", disse a comerciante. "Meu vizinho (dono de lanchonete) também reclamou muito. Ele disse que vendeu muita água e cafezinho. E só", completou Sônia.

Já os restaurantes, segundo alguns empresários do segmento, "não têm do que reclamar". Principalmente os da orla da Praia do Forte, que é sempre o local de maior concentração dos turistas que vêm a Cabo Frio. Lotados todos os dias, o turista que saía da praia naquele ponto já se encaminhava direto para um dos vários restaurantes daquela área.

Acia: turista de Carnaval gasta mais no segmento gastronômico

Segundo o presidente da Associação Comercial de Cabo Frio (Acia), Walmir Porto, carnaval costuma ser uma data boa somente para alguns poucos segmentos como gastronomia, moda praia e bebidas.
- Os turistas dessa época do ano geralmente vêm pensando em praia e diversão, e não em gastar dinheiro com roupas, por exemplo. Por isso muitas empresas acabam dando folga aos funcionários, adotando período de recesso durante todo o carnaval, ou em parte dele. Teve empresário que fechou as portas no sábado e só abriu de novo na quarta-feira de Cinzas, e alguns que emendaram a semana inteira e só reabriram as portas ontem (segunda-feira, 23). Somente alguns setores específicos costumam registrar aquecimento como é o caso dos restaurantes, moda praia, e depósitos de bebida. Os mercados também costumam ter maior movimento. Na média, esses setores registraram aquecimento de 15%.

Walmir Porto lembra ainda que de todos os setores que costumam registrar aquecimento durante o período de folia, o de gastronomia é o que mais registra movimento.

- Quem vem para brincar carnaval não quer saber de ficar cozinhando. As pessoas preferem a comodidade da comida pronta. De manhã vão para a praia, depois almoçam em algum restaurante, e em seguida partem para os blocos de rua. Por isso os restaurantes registraram maior aquecimento do que os mercados, por exemplo, que tiveram maior movimento somente na venda de bebidas e de carne por conta do churrasco.
Categorias: Economia

Fotos da notícia




Outras notícias