LAGOA DE ARARUAMA: Maratona de fiscalização da Alerj é o início do trabalho de despoluição

Deputada Marcia Jeovani já pediu a Pezão recursos para a dragagem do canal do Itajuru


Parece que, finalmente, a operação para começar a despoluição da Lagoa de Araruama vai sair do papel. Nesta sexta-feira (22), a Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa (Alerj), presidida pela deputada Marcia Jeovani (PR), começou uma verdadeira maratona de fiscalização, percorrendo os cinco municípios da Região dos Lagos que são banhados pela laguna. E Arraial do Cabo foi a primeira parada do roteiro por ser considerado o maior poluidor. E não é para menos: o Inea apontou "altíssimo" índice de coliformes fecais na água que é despejada na lagoa. 


A fiscalização foi acompanhada de perto por representantes do Inea, secretarias municipal e estadual do Meio Ambiente, Prolagos e Águas de Juturnaíba, e também pelos prefeitos de Arraial, Wanderson Brito, o Andinho, e de São Pedro da Aldeia, Cláudio Chumbinho, e pelo deputado estadual Janio Mendes. Em Arraial, percorreram a Empresa de Saneamento (Esac), a antiga ponte elevatória da Álcalis e a estação de tratamento de Monte Alto (distrito).


De ações concretas, até o momento, o que existem são estudos contratados por algumas das prefeituras para saber o nível de poluição e o que pode ser feito a curto prazo. Em Arraial, que abrange 60% da lagoa, especialistas afirmam que cerca de 80% do esgoto in natura da cidade é despejado por lá. O Inea não confirma percentualmente, mas diz que o índice é "realmente muito alto".


"A quantidade de reclamações de despejo de esgoto que chegam até nós é imensa e isso nos mobilizou de imediato. Nossa região é turística, a maioria das pessoas vive disso. E tem os pescadores, que vivem disso. Precisamos da lagoa saudável, esse é o ponto. Já passou da hora. É hora de união de todos os prefeitos, não temos mais os royalties para obter recursos que viabilizem esse trabalho. Então temos que nos unir, trazer nosso turista de volta. Precisamos de uma lagoa saudável. Esse cenário que estou vendo agora, por exemplo, não é bom", disse Marcia Jeovani, durante uma parada na Ponte elevatória da antiga Álcalis, onde há despejo de água na lagoa.


O prefeito de Arraial afirmou que a Fundação Getúlio Vargas está fazendo um estudo e o gasto para fazer a manutenção e os trabalhos que envolvem a despoluição é alto. "Já fizemos muita coisa, sabemos que ainda está aquém do desejado. Um gasto com manutenção não tem retorno e se transferirmos esse trabalho para a Prolagos, por exemplo, a população é que vai pagar, então há que se ter muito cuidado", disse Andinho.


Em coro ao prefeito cabista, o presidente da Esac, Cesar Aquiles Felix Barreto, afirma que "Arraial está cumprindo seu papel (no tratamento da água), mas é preciso mais investimento".


Contudo, no dia 5 deste mês, uma equipe do Inea coletou amostras de água próximo à antiga ponte elevatória da Álcalis, e o resultado foi desanimador. "Infelizmente o índice de coliformes fecais dessa água é alarmante. A lagoa não pode morrer. A vocação da nossa região é turística e sem a lagoa isso não acontece", confirmou a superintendente do Inea na Região dos Lagos, Márcia Simões Mattos.


Deputada já encaminhou ofício a Pezão pedindo verba para dragagem do Itajuru


Em Cabo Frio, a Comissão visitou o canal da Boca da Barra, cujo assoreamento preocupa ambientalistas e pescadores: lixo, entulhos e areia tomam conta de parte do canal. Segundo a deputada e presidente da Comissão, ela já encaminhou ofício ao governador do Estado, Luiz Fernando Pezão, na busca de recursos para o trabalho. "Precisamos disso para ontem. Espero que o governador seja sensível à causa, vamos aguardar", disse Marcia Jeovani.

 

 

Categorias: Meio Ambiente

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