Fila para vaga de emprego em mercado de Cabo Frio dobra quarteirão

Maioria dos candidatos chegou ao local nas primeiras horas desta terça-feira (29) sem ter noção das funções e quantidades de vagas disponíveis


Centenas de pessoas em busca de uma vaga de emprego formaram uma fila que deu volta no quarteirão do Mercado Princesa, na Avenida Teixeira e Souza, na Vila Nova, em Cabo Frio. A maioria dos candidatos chegou ao local nas primeiras horas desta terça-feira (29) sem ter noção das funções e quantidades de vagas disponíveis, munidas apenas de documentos, currículos e a necessidade de voltar ao mercado de trabalho.


De acordo com Jairo Marine, gerente operacional do Grupo Princesa, a loja onde funcionava o mercado Só Ofertas, no Centro, foi comprada pelo grupo, e aproximadamente 50% dos funcionários que trabalhavam no local serão mantidos. Os demais funcionários, cerca de 50 pessoas, serão escolhidos através de um processo seletivo.


Um dos primeiros candidatos da fila, Marcelo de Lima, de 39 anos, morador do Jacaré, disse que se mudou para Cabo Frio com a esposa há um ano em busca de uma vida melhor, mas tem encontrado dificuldades.


- Me mudei de Itaperuna com a esperança de conseguir um bom emprego, mas estou desde então sem conseguir assinar minha carteira (de trabalho). Consigo sobreviver fazendo bicos, mas as vezes trabalho e não recebo. Dias atrás, fiquei até meia noite montando móveis planejados, e não dispenso nenhuma oportunidade de trabalho – declarou Marcelo de Lima.

 
José Maria da Silva, de 62 anos, morador do Jardim Esperança, se mudou de Macaé para Cabo Frio há cerca de seis meses, e também encontra dificuldades para conseguir um emprego.

 

- Trabalhava na construção civil, mas, com o início dessa crise que atinge o pais, as oportunidades sumiram. Vim para Cabo Frio em busca de novos horizontes, mas a situação aqui também não é das melhores. Não sei ao certo as vagas que estão sendo oferecidas, mas uma pessoa na minha situação não tem direito de ficar escolhendo, tem que abraçar qualquer oportunidade com unhas e dentes. Tenho batido em muitas portas em busca de emprego, e sei que uma dessas portas irá se abrir para mim – disse José Maria, demonstrando otimismo.

 

Maysa Porto, de 19 anos, moradora do Jardim Esperança, está desempregada há dois meses. Ela acredita que o fato de seu último emprego ter sido em um mercado possa ajudar no processo de seleção.

 

- Acredito que os mercados não sofram tanto com a crise como as outras áreas, já que ninguém deixa de comer, por mais que o preço dos produtos aumente. Como tenho experiência recente no ramo, acredito que isso possa me ajudar a ser escolhida – disse a jovem.

 

Luciene Silva, de 53 anos, moradora do Jardim Caiçara, está desempregada há um ano. Ela afirmou que “a cada dia fica mais difícil manter as contas em dia”.

 

- Há um ano que saio todos os dias em busca de uma vaga de emprego. Já gastei pelo menos cinco pares de sapatos com essa rotina. Enquanto isso, as contas vão acumulando. Se não fossem meus filhos ajudando com as contas e o aluguel, não sei o que seria de mim – lamentou. 

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