O design verde não é algo atual, ele é decorrente da década de 70 e surgiu a partir das discussões ambientais que ganharam importância neste momento.

Agora você deve estar se perguntando, mas porque existe o design verde entre outros?

O homem, desde o período Neolítico (ou período da Pedra Polida, que vai desde o décimo até terceiro milênio a.C.), quando começou a dominar a arte da agricultura, também gerou danos ambientais. No decorrer de sua evolução foi adquirindo mais conhecimento e técnicas, novos danos também foram causados. O grande "boom" foi na Revolução Industrial, onde produtos em série começaram a ser produzidos, com isso o aumento de descarte em larga escala de resíduos e a poluição do ar devido ao uso de energias não renováveis. A partir deste momento as questões ambientais ganharam um novo olhar, entendeu-se a necessidade de mudar o modo como a sociedade estava se portando, e assim, surgiram debates, encontros de nações para definir temas de interesse do presente e das futuras gerações.  

O design não ficou de fora deste momento, desde a década de 70 em que o designer Victor Papanek já se preocupava com a relação homem-natureza, muitos achavam que seu olhar estava totalmente equivocado, mas ainda assim escreveu um livro sobre o tema "Design for the real world", e outro que partilhava das mesmas ideias era o designer e engenheiro Bukminster Fuller, os dois foram considerados homens a frente do seu tempo. 

A preocupação com o clima trouxe mudanças de hábitos no morar, cisterna de reuso, materiais com certificação de respeito ao meio ambiente, projeto com objetivos de reaproveitamento, produtos atemporais, eficiência energética, iluminação e ventilação natural, são algumas possibilidades para alinhar a um dos conceitos citados acima. 

 

Considerando esses conceitos, o design de interiores tem como referência o perfil de cada cliente, propõe soluções e especificações inteligentes adequadas ao uso atendendo suas necessidades, como exemplo: madeira com certificação de origem, reaproveitamento de materiais conhecido como sendo de demolição, coleta da água de chuva, ventilação cruzada, aproveitamento da luz natural e muitos outros pontos que devem ser personalizados em conformidade com o comportamento, local, função, custo-benefício.  

Mas existem iniciativas simples que hoje estão acontecendo independente de ser ou não profissional da área. Vivemos a era da "emoção", onde os valores sentimentais estão impressos em nosso modo de morar, resgate de nossa história, origem e simplicidade.

 

Com isso os conceitos se misturam o rústico com o moderno, o reaproveitamento com o design, o faça você mesmo, arquitetura bioclimática, design passivo e vai...o importante é que cada um de nós nos acertamos com essa generosa  mãe natureza, que nos enche de vida a cada dia, com sua beleza, delicadeza e carinho. 

A dica dessa semana é: "faça você mesmo", repaginar móveis, reaproveitar caixotes e paletes, colorir paredes de maneira criativa, transformar. Uma pequena curiosidade: é que as lojas de peças usadas estão vendendo como nunca, o que quer dizer? Será que estamos mais conscientes e criativos. Espero que sim, precisamos mesmo nos conscientizar, esse assunto, é muito sério.

 

 

Esses temas se desdobram, leiam, contratem um profissional atento a essas questões, visitem lojas especializadas, sites de instituições sérias. 

É legal se informar sobre os fabricantes de produtos como os de lâmpadas, tintas, louças, metais e outros. Verificar seus processos e a política da empresa com relação ao meio ambiente. Dessa forma, já está fazendo  sua parte. Produtos que você não tem certeza de sua origem podem trazer problemas de várias ordens, portanto, informação no mundo de hoje não falta, está literalmente em nossas mãos.

 

 

 

 

*Vera Heringer - Colunista do RC24h, bacharel em design de interiores, coordenadora/instrutora no curso técnico de Design de Interiores do Senac Cabo Frio.