Colunista RC24h – Alexandre Costa: Black Friday e Comportamento Consumista


Por todo o Brasil viram-se cenas em lojas e shoppings centers lotados durante o “Black Friday”.Este dia realmente mexeu com o comportamento das pessoas, pois o entusiasmo, euforia e até o descontrole dos consumidores foi notório. Esses comportamentos são justificados pelo fato de que as pessoas estavam comprando produtos essenciais que estavam extremamente baratos, não sendo admissível perder essa oportunidade e por se tratarem de necessidades essenciais. Pelo menos foi esta a ideia que boa parte das campanhas publicitárias trabalharam para fazera população acreditar. 

 

Tais equipes publicitárias estudam o perfil dos consumidores, analisam os processos comportamentais e neuropsicológicos que os levam a se lançarem nas compras promocionais e atacam veementes com campanhas publicitárias visando manipular estes processos.

 

Para conseguir se defender da influência destas campanhas, primeiro é preciso conhecer o que ocorre em seu cérebro para levá-lo a decisão de comprar um produto e responder perguntas como:Como o cérebro humano reage diante de um “Black Friday”? O queo leva a comprar sem pensar muito, diante de ofertas “imperdíveis”, de produtos não tão essenciais assim?

 

De acordo com a neurociência – estudo do sistema nervoso e do comportamento cerebral,existem circuitos cerebrais que proporcionam a sensação de prazer quando se compra de um objeto desejado e outros circuitos que proporcionam a dor de ter que pagar por este mesmo objeto.

 

Essas sensações se conflitam e ocorre um processo de julgamento que leva à decisão de comprar ou não comprar. Se o prazer for maior que a dor, a tendência é comprar, mas se a dor for maior que o prazer, evita-se acompra.

 

Conhecendo como os processos neuropsicológicos funcionam nos indivíduos e na sociedade, equipes de marketing se tornaram especialistas em influenciarpotenciais consumidores, valendo-se do “Neuromarketing”.

 

Essas equipes são contratadas, principalmente pelas grandes marcas, para elaborarem campanhas com o objetivo de desequilibrar ou até mesmo inverter o senso de julgamento que faz com que cada pessoa avalie a importância e a necessidade de adquirir ou não certo produto. Ou seja: fazem o indivíduo acreditar que precisam de coisas que na verdade não precisam, a valorar objetos que na verdade não tem valor e a comprar por um preço não tão barato assim, acreditando que está pagando muito barato.

 

Tudo ocorre de uma forma tão sutil que a grande maioria da população nem percebe que está sendo manipulada para se tornar dependente dos produtos das grandes marcas e compradores compulsivos.

 

As campanhas se tornam muito mais fortes e evidentes em datas comerciais como:“Black Friday”, natal, dias das mães, etc.. Elas utilizam todos os meios de comunicação possíveis, bombardeando a população por todos os lados, influenciando o comportamento de consumo em massa da sociedade em geral,que acabamsendo protagonistas de cenas de disputas, rivalidades e até mesmo de violência registradas durante essas “promoções”, sem falar nas compras não planejadas e nos endividamentos posteriores.

 

Então, antes de se lançar em compras durante uma “Mega Promoção”, pare, pense melhor e pergunte a si mesmo: eu realmente preciso disto ou estou comprando só porque está em promoção?Exercite e desenvolva o seu autocontrole, não seja passivo diante desta cultura consumista e caso perceba que não consegue mudar sozinho, busque ajuda especializada para auxiliá-lo.

 

 

 

*Alexandre Costa – Colunista do RC24h, Psicólogo, especialista em sexualidade humana e bacharel em Teologia. Psicólogo Clínico Comportamental na Clínica Oficina do Corpo e componente da equipe multidisciplinar do Programa Vivendo e Aprendendo da SEPRED – Coordenadoria de Prevenção ao Uso de Drogas de Cabo Frio. 

Categorias: Comportamento

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