Empresas da Região dos Lagos dão exemplos de como sobreviver à crise

Demissões seriam último recurso; tem empresário que fez contratação para o verão


Que a crise abalou a população é fato. Desde o consumidor - que está comprando menos - ao pequeno ou grande empreendedor - que também teve que colocar freio nos gastos e investimentos e até mesmo reduzir quadro de funcionários. Por outro lado, a crise parece não abalar aqueles que têm planejamento. Na Região dos Lagos, algumas empresas de diferentes setores estão expandindo os negócios em 2016, como uma empresa de transporte e uma concessionária de água e esgoto. Uma concessionária de energia não teve alternativa a não ser diminuir o número de colaboradores.


Um desses exemplos de como driblar a crise vem da Auto Viação Salineira - empresa que presta serviço de transporte público em alguns municípios da Região dos Lagos e tem sede em Cabo Frio. Lá, a dificuldade veio em forma de redução no número de usuários. "Se a população não tem dinheiro, deixa de se locomover", atestou o diretor-administrativo Gerson Luiz, que está na empresa há 30 anos. Mesmo assim, a empresa não desistiu e conseguiu colocar ar condicionado em quase 100% da frota, que ainda foi aumentada em dez carros no final do ano passado.


Na empresa - que existe há mais de seis décadas - a queda na arrecadação em função da diminuição de usuários foi bancada, na maior parte, por ela mesma, e em parte por meio do reajuste no preço da passagem - autorizado pelo Detro e que causou manifestação na cidade, dias atrás.


"A crise atinge diretamente custos da empresa - o que causou aumento da tarifa, mas esse acréscimo foi abaixo do que a empresa necessitava para manter os custos. E tudo aumentou. Para se ter ideia, a média do aumento da energia foi de 50%, por exemplo. Alimentação, também, e vários outros itens, sem falar no combustível, por conta da crise do petróleo. O que vejo, pelo menos nos próximos seis meses, é o efeito de uma crise contundente, mas tenho esperança que 2016 vai terminar melhor", disse Gerson.


O empresário garante que para chegar nesse ponto de equilíbrio financeiro, mesmo em tempos de crise, é necessário que a companhia tenha um bom planejamento, pessoas capacitadas nas funções e sempre investir em tecnologia e treinamento de colaboradores. Ele mesmo, que hoje tem 44 anos, passou por longo processo. Entrou na firma aos 14 anos, no setor de almoxarife e construiu sua carreira. É formado em Direito e tem MBA em Administração de Empresas e mestrado executivo em Transportes. "Com a instalação do sistema de monitoramento por câmeras, todas as ocorrências são supervisionados por uma central. O aperfeiçoamento do sistema de gerenciamento da frota por satélite tornou os horários mais precisos e os fatores imprevisíveis, como acidentes e interrupção da via, por exemplo, administráveis".


"Acredito que a crise tem um diferenciador: enquanto a maré está crescendo é muito fácil para os empresários ganharem, mas quando a recessão chega é que vemos quem é apenas empresário e quem é empreendedor ou quem é a pessoa que terá o insight; quem tem o pessoal mais bem preparado para vestir a camisa, atender sem aumentar custos para a empresa. Estes irão até o final da crise e conseguirão passar dela, inclusive com uma fatia de lucro maior", acrescentou o diretor-administrativo da Salineira.


PLANEJAMENTO DÁ CHANCE DE CONTRATAÇÃO EXTRA DURANTE ALTA ESTAÇÃO


O planejamento também foi a base para uma empresa sediada em São Pedro da Aldeia conseguir passar por momentos como os de agora, de turbulência financeira. A empresa concessionária de água e esgoto da Região dos Lagos, a Prolagos, garante que, ao contrário do que teria sido divulgado, não houve demissões - falava-se em 35 demissões na região. De acordo com informações da assessoria de Comunicação da empresa, houve contratação extra para a alta temporada: cerca de 25 pessoas a mais ingressaram nos quadros da companhia.


A exemplo das empresas anteriormente citadas, o Portal RC24h também procurou a Ampla, que é a concessionária de energia elétrica da região, para entrevista sobre o assunto e para confirmar as demissões que teriam ocorrido entre o final do ano passado e início deste ano, mas não houve retorno.

Categorias: Economia

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