Políticos do Rio aparecem em planilhas da Odebrecht apreendidas pela PF

Altos valores são atribuídos a políticos fluminenses em planilhas que seriam do presidente da empreiteira


A Polícia Federal apreendeu documentos que mostram possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 18 partidos políticos. Eles podem integrar o mais completo acervo da contabilidade paralela da empreiteira, que foi descoberta na terça-feira (22), pela Operação Lava Jato. Políticos do Rio, como o prefeito Eduardo Paes; o ex-governador Sérgio Cabral; o deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha; o vereador Jorge Felippe, que preside a Câmara Municipal; o vereador Luiz Antonio Guaraná; e Jorge Picciani, que preside a Assembleia Legislativa (Alerj); aparecem na lista.

 

Na mesma listagem ainda aparecem os prefeitos de Macaé, Dr. Aluizio; de Rio das Ostras, Sabino; e Campos dos Goytacazes, Rosinha Garotinho. 

 

Segundo o portal UOL, que divulgou os documentos, as planilhas estavam em dois endereços ligados ao atual presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior, nos bairros do Leblon e de Copacabana, na Zona Sul. Elas foram apreendidas na 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, e que foi realizada no dia 22 de fevereiro deste ano, mas só foram divulgadas ontem pelo juiz federal Sérgio Moro. 

 

Ainda que sejam riquíssimos em detalhes e tragam nomes de políticos, bem como valores que cada um deles teria repassado à empreiteira, os documentos não podem ser considerados como prova de que houve dinheiro de Caixa 2 da empreiteira para os citado, uma vez que tratam-se de indícios, que somente serão esclarecidos no curso das investigações. 

 

Além dos políticos do Rio, outros nomes aparecem na lista, como Aécio Neves (PSDB-MG), Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), que faleceu em 2014. Nas tabelas, menções a políticos e a partidos podem ser vistas. Elas são organizadas e trazem os valores, os cargos, partidos e até apelidos atribuídos aos políticos. Algumas tabelas indicam doações de campanha registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e trazem CNPJs e números de contas que os patidos usaram nas eleições de 2010, por exemplo. 

 

Ainda segundo o UOL, a parte mais significativa das tabelas refere-se à campanha eleitoral de 2012, que elegeu prefeitos e vereadores, no entanto, as informações declaradas no Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), do TSE, deste ano não correspondem com as que aparecem nas planilhas.

 

Ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, uma das tabelas apreendidas pela Polícia Federal atribuiu o valor de R$ 5.000.000. Já a Sérgio Cabral, Eduardo Cunha, Jorge Picciani, o valor atribuído é de R$ 500 mil. Ao vereador Jorge Felippe, R$ 100 mil são atribuídos. E a Luiz Antonio Guaraná, R$300 mil. Os nomes dos políticos aparecem ao lado de apelidos. Eduardo Paes, por exemplo, é designado como "Nervosinho". Já Sérgio Cabral, "Proximus". As informações são do UOL.

 

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