Ibama embarga Porto do Forno em Arraial do Cabo e exige ações de proteção ambiental

Empreendimento não implantou os programas ambientais exigidos, o que coloca em risco o meio ambiente em uma região onde estão a Resex e o Parque Estadual da Costa do Sol. Companhia diz que houve erro processual e já entrou com medida de segurança


O Ibama embargou na terça-feira (17) as atividades do Porto do Forno, em Arraial do Cabo, em razão do descumprimento de condicionantes estabelecidas na Licença de Operação (LO) 892/2009. Os agentes ambientais autuaram a Companhia Municipal de Administração Portuária (Comap) em R$ 100 mil e determinaram por notificação que a empresa apresente plano de controle e proteção ambiental.

O documento deve qualificar e quantificar os produtos estocados em silos, estabelecer medidas para a segurança do material armazenado e para a prevenção de acidentes, e estipular prazo para esvaziamento dos depósitos e retirada dos produtos e resíduos mantidos no porto.

Desde a renovação da LO, em 01/02/2016, o Ibama solicita documentos que comprovem a execução das ações de gestão ambiental pela Comap. A empresa não realiza o gerenciamento de efluentes líquidos, oferecendo risco de poluição para a enseada, e não executa o controle de bioinvasão, que pode resultar em prejuízos ecossistêmicos com a chegada de espécies invasoras como o coral-sol.

"O Ibama ofereceu todas as oportunidades possíveis para o Porto do Forno se adequar. O empreendimento não implantou os programas ambientais exigidos e colocava em risco o meio ambiente em uma região onde estão a Resex (Reserva Extrativista) Arraial do Cabo e o Parque Estadual da Costa do Sol", disse o chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Ibama no Rio de Janeiro, Nelson Feitosa.

O embargo não desobriga o empreendimento de adotar todas as medidas necessárias para o controle e a proteção ambiental.

Por outro lado, o Porto do Forno disse, por meio da assessoria jurídica, que antes do embargo foi protocolada uma petição justificando o atraso para conclusão dos programas, o que mostra que houve erro processual. A companhia já entrou com uma medida de segurança para reverter a situação e vai marcar nova reunião com o Ibama para rediscutir as medidas.

No total, o Porto do Forno deve cumprir 20 medidas de proteção ambiental para se adequar à Licença de Operação. Essas medidas deverão ter um custo de R$ 7 milhões.

Categorias: Meio Ambiente

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