Ao menos dez festas de casamento viraram um pesadelo para noivos de Cabo Frio. Os sócios do Casarão do Portinho - Espaço de Festas e Eventos, Romério Rampini e Roberto Flugel, estão sendo procurados, não só pelas vítimas como também pela Polícia Civil, para prestar esclarecimentos, uma vez que são acusados de ter abandonado a organização das comemorações durante os preparativos.
Segundo os denunciantes, o número de vítimas pode ser ainda maior. Os prejuízos vão de R$ 1.000,00 a R$ 26.000,00, de acordo com o que foi contratado pelos noivos: somente espaço, espaço e decoração ou buffet completo.
Os donos do casarão - que depois foi se saber que não são os donos, mas sim que eles sublocavam o espaço - desapareceram do mapa, com o dinheiro dos noivos. Conforme testemunhas e até um caseiro de uma residência vizinha, os dois foram vistos pela última vez na noite de terça-feira, carregando um caminhão pequeno com pertences pessiaos e saindo. Não foram vistos desde então.
Um dos casos é o de Juliane Rodrigues, que viu os "suados" R$ 5,2 mil desaparecerem e com eles o sonho da festa de casamento. Ela fechou o contrato em outubro de 2017 para as bodas que aconteceriam em 27 de outubro deste ano. "Já paguei a eles nove das 10 parcelas, fora a entrada, um total de 5.260,20 reais. Meu casamento está marcado pra 27/10/2018, e o Romerio simplesmente desapareceu, não responde WhatsApp, não tem mais página no Facebook, enfim tomou chá de sumiço", lamentou Juliane.
Já a Joice, pagou R$ 1 mil adiantados para garantir o salão para a festa, que seria dia 15 de setembro próximo.
Outro caso muito triste é o da noiva Renata, que desde junho do ano passado pagava as prestações para a festa de casamento para 200 pessoas, marcado para acontecer em abril do ano que vem. Do total do pacote contratado - que foi o completo, ela já havia pago, com sacrifício, cerca de R$ 20 mil.
"Com muito sufoco pagamos esse valor, e ainda faltavam umas parcelas. Meu pai é idoso e não pode nem sonhar em saber, pois parte da ajuda veio dele. Realmente estamos vivendo um pesadelo. Agora vou ter que reduzir a minha lista para no máximo 100 pessoas e fazer algo íntimo para não desistir do meu sonho".
Outra noiva, que preferiu não se identificar, formou até grupo no WhatsApp para formar uma comissão e correr atrás de justiça. Ela já havia despendido cerca de R$ 3.800,00, pagos à vista, a fim de garantir o espaço, e iria marcar a data da festa nesta semana. Ao chegar no Casarão - que atualmente funcionava na Rua Coronel Ferreira (Canal), a principal do Portinho, não encontrou ninguém.
"Nenhum dos telefones está recebendo chamada e ninguém sabe deles. Já registrei o boletim de ocorrência e faço um apelo a todos que puderem compartilhar para que outras pessoas não passem pelo que estamos passando", disse.
A reportagem do Portal RC24h ligou para três números deles, fornecidos pelas vítimas, sendo dois de Cabo Frio (um fixo e um celular) e um com DDD de Petrópolis. Nenhum deles foi atendido, nem mesmo chamou.
HISTÓRICO DUVIDOSO
Ainda de acordo com as vítimas, Romério e Roberto são de Petrópolis e estavam em Cabo Frio desde 2014, quando abriram o Casarão, que então funcionava na Rua Maria Rita Novelino. Dois anos depois, em 2016, eles alugaram outra casa, ao lado, para o funcionamento. E há cerca de três meses, teriam se mudado para a casa atual, na beira do canal.
No primeiro imóvel que eles alugaram (casarão bege), segundo as testemunhas, eles teriam saído após problemas com o proprietário. Quando saíram do segundo imóvel (casarão verde), teriam dado a justificativa de que haveria infestação de cupim.
E aí foram para a terceira casa, da Rua Coronel Ferreira, onde foram vistos, pela última vez há três dias.