Família denuncia UPA de Cabo Frio por negligência médica após morte de idoso

Aposentado de 70 anos morreu após aguardar 50 minutos pela médica na Sala Vermelha


O aposentado Claudionor Ramos do Nascimento, 70 anos, foi levado à UPA de Cabo Frio com dificuldade de respirar e pressão arterial alta. Após 50 minutos aguardando a avaliação médica na sala vermelha, ele morreu. De acordo com a família, a omissão de socorro imediato tirou a vida do paciente e fez mais uma vítima de negligência médica na unidade de saúde.

De acordo com a filha de Claudionor, a professora Andreza Lopes do Nascimento, o pai era cardiopata e na noite de 25 de julho estava em casa assistindo a um jogo de futebol quando começou a se sentir mal.

- O meu pai deu entrada lúcido, às 22h01, com pressão arterial 16 por 10. Expliquei que era cardiopata e ele foi encaminhado para a sala vermelha, onde os pacientes são considerados de alto risco. A médica só o atendeu às 22h52. Ou seja, somente 50 minutos após ele estar na classificação mais alta, ele foi avaliado pela Drª Leilane. Ele tinha que ter sido atendido de imediato para que os sintomas iniciais não se agravassem. Além disso, não foi dado nenhum remédio para a pressão arterial – disse.  

A professora conta que a postura da médica também dificultou o atendimento. Com os documentos que relatam todo o atendimento médico do pai em mãos, Andreza ressalta que, a princípio, houve erro no diagnóstico de Claudionor:

- A princípio, a Drª Leilane deu um diagnóstico totalmente errado falando sobre uma possível hemorragia. Questionei e disse que não era o caso do meu pai. Ela gritava cheia de arrogância no meio do corredor dizendo que ele não tinha nada. Estava com pneumonia, faria um raio x e seria colocado na classificação da sala amarela. Depois foi em direção à administração, demorou 50 minutos enquanto meu pai estava apenas com um nebulizador e não tinha monitor cardíaco. Quando foi atendê-lo, já tinha feito o edema e estava com parada respiratória. Era tarde demais – contou.

 Na Certidão de Óbito consta que a causa da morte foi parada cardiorrespiratória e edema agudo de pulmão. O documento não é questionado pela família, mas a demora no socorro médico é o motivo da denúncia que foi registrada na Delegacia Civil, protocolada no Ministério Público e na Prefeitura de Cabo Frio.

- Não vai trazer o meu pai de volta, mas quero evitar que outras famílias passem pelo que estou passando. No mesmo dia foram 3 óbitos no plantão dessa médica. Posso afirmar porque eu estava lá. A Secretaria Municipal de Saúde não afastou a Drª Leilane. Ela está no Hospital São José Operário correndo o risco de fazer o mesmo e sem nenhuma investigação do caso. Não quero dinheiro. Quero que ela seja afastada e não faça novas vítimas – finalizou.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Cabo Frio, através da Secretaria de Saúde informou que todos os procedimentos médicos necessários foram prestados ao paciente, que chegou à unidade em estado gravíssimo com diagnóstico de edema agudo de pulmão. Ele foi levado à Sala Vermelha da UPA, para onde são direcionados os casos graves, mas veio a óbito.   

ESCRITOR RECLAMA SOBRE FALTA DE ÁGUA NA UPA

As reclamações sobre a UPA de Cabo Frio também ganharam destaque nas redes sociais. O escritor cabofriense, Carlos Henrique Ferreira, de 26 anos, usou o Facebook na noite desta terça-feira (07) para desabafar sobre a falta de água na unidade.

- Absurdo! Meu avô está internado na UPA e eu tive que levar água de casa para ele beber. “Água só amanhã” foi o que me disseram – destacou.  

A Redação entrou em contato com a Prefeitura de Cabo Frio, através da Secretaria de Saúde, para receber um posicionamento sobre a reclamação do escritor, mas até o fechamento da matéria, não havia um pronunciamento oficial.

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