Os servidores da educação de São Pedro da Aldeia vão iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira (20). De acordo com o Sindicato dos Profissionais da Educação da Costa do Sol (SEPE Costa do Sol), o ato tem como objetivo cobrar os direitos da categoria que ainda não foram atendidos pela administração municipal. A Prefeitura da cidade informou estar surpresa com a decisão.
Para Renato Reis, um dos coordenadores gerais do SEPE Costa do Sol, a aprovação pela deflagração de greve votada em Assembleia pela categoria nesta terça-feira (14) é o resultado do não cumprimento do poder público da pauta de reivindicações apresentada pelos servidores em reuniões.
- Apesar de participarmos das reuniões para negociação, chegamos à conclusão que a administração municipal está protelando os pedidos da categoria que deveriam ter sido colocados em prática desde 2016. A revisão e implantação do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) é uma das demandas. O pagamento de insalubridade, periculosidade e mudança de classe também estão em nossa pauta – disse.
Ainda de acordo com Renato, a falta de infraestrutura de algumas escolas também é questionada pelo movimento de servidores da educação:
- Em algumas escolas faltam professores e temos prédios em condições precárias. A administração municipal divulga que é um exemplo, mas não condiz com a realidade. Além disso, há mais de 20 anos os servidores não docentes trabalhavam 30h semanais e, desde julho, estão cumprindo 40h semanais. Não teria problema a mudança se fossem garantidos os direitos deles como está previsto na Lei, por exemplo, vale refeição, periculosidade e insalubridade. Isso não está sendo cumprido – contou.
O coordenador não soube informar quantos profissionais devem aderir ao movimento grevista a partir de segunda, mas há uma agenda confirmada de atos na próxima semana. De acordo com o SEPE Costa do Sol, a greve estará mantida, pelo menos, até quinta-feira (23) pois é a data que acontecerá uma nova Assembleia para decidir os rumos da categoria.
AGENDA DA GREVE DOS SERVIDORES DA EDUCAÇÃO ALDEENSE:
Segunda-feira (20): Ato às 10h com concentração na Praça do Canhão (caminhada em direção a prefeitura e panfletagem;
Terça-feira (21): Ato às 10h com concentração na Praça do Canhão (Caminhada em direção à Câmara Municipal;
Quarta-feira (22): Protocolaço a partir das 14h na Prefeitura Municipal.
Quinta-feira (23): Assembleia para decidir os rumos do movimento
PREFEITURA ALEGA QUE NÃO PODE CONCEDER TODAS AS REIVINDICAÇÕES
A Secretaria Municipal de Educação de São Pedro da Aldeia se manifestou através de nota e se mostrou surpresa com a aprovação de greve por parte dos servidores. Segue na íntegra:
“A decisão surpreende, já que a SEMED esteve negociando ativamente com representantes do Sindicato. Foram feitas diversas reuniões. É nosso dever ouvir as reivindicações com abertura, mas nem tudo pode ser concedido. Mesmo quando conceder é possível, o prazo para atendimento não é imediato. A SEMED jamais negou-se a discutir nenhum ponto, mas, mesmo assim, promovem uma greve, inflamam as redes sociais com informação parcial, em um movimento que terá grande impacto, negativo e desagregador, sobre nossos alunos, alunas e famílias.
Por outro lado, há reivindicações que não podemos atender. Por exemplo: querem reduzir a carga horária de 40h para 30h semanais. Reduzir a carga horária dos profissionais de apoio da SEMED, uma das principais reivindicações do SEPE, é algo que vai na contramão da época tendo em vista que centenas de pessoas se encontram em filas buscando emprego.
A SEMED está convicta de que não falhou com o SEPE. Fomos sempre sinceros e objetivos sobre até onde podemos ir. Procuramos expressar a verdade, mesmo que propostas sejam boas, e desejáveis, às vezes sua concretização não é possível por motivos legais ou limitações financeiras. Zelar por não produzir um sistema inviável, legalmente e financeiramente, é preservar o trabalhador, a integridade do sistema municipal de educação e o bem-estar da população que servimos”.
