Leilão do pré-sal teve todas as áreas arrematadas, com arrecadação de R$ 6,8 bilhões

Certame vai render mais R$ 180 bilhões em royalties e participações


Todas as quatro áreas ofertadas na 5ª Rodada do leilão de áreas para exploração do petróleo do pré-sal, realizada nesta sexta-feira (28) no Rio, foram arrematadas. O bônus total arrecadado chegou a R$ 6,8 bilhões. O investimento mínimo total foi de R$ 1 bilhão. O certame vai render ainda R$ 180 bilhões em royalties, participações especiais e tributos federais ao longo dos 35 anos de contrato, segundo estimativas da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O último leilão do pré-sal em 2018 acontece em um momento em que os empresários do setor demonstram preocupação com as eleições, temendo mudanças nas regras ou mesmo suspensão dos certames temporariamente.

Além do impulso em consequência à realização das eleições, o apetite das petroleiras foi estimulado também pela alta do barril do petróleo, que superou a barreira dos US$ 80, e dos avanços recentes na legislação, incluindo a flexibilização de regras de conteúdo local e o fim da obrigatoriedade de a Petrobras atuar como operadora única. Boa parte das empresas aposta na tradição do Brasil respeitar os contratos fechados na área do petróleo.

O primeiro bloco a ser oferecido foi Saturno, na Bacia de Santos, com bônus fixo de R$3,125 bilhões. A área foi arrematada por Shell e Chevron. O consórcio ofereceu um óleo lucro de 70,2%. O óleo lucro mínimo era de 17,54%. O consórcio vai investir pelo menos R$250 milhões.

Foram dois consórcios. A Exxon fez consórcio com a QPI Brasil, do Catar. O outro consórcio formado foi entre a Shell e a Chevron, com 50% cada. A Petrobras não participou.

A área de Titã, no pré-sal da Bacia de Santos, foi a segunda a ser leiloada e novamente não contou com a participação da Petrobras. O bloco foi arrematado pelo consórcio formado entre Exxon e QPI. O óleo lucro foi de 23,49%, maior que o óleo lucro mínimo de 9,53%. O bônus fixo da área foi de R$3,125 bilhões. O investimento mínimo será de R$ 250milhões.

Apresentaram proposta dois consórcios. Shell se uniu à colombiana Ecopetrol, com 50% cada. O outro consórcio foi novamente a Exxon e a QPI, com 64% e 36%, respectivamente

A área de Pau-Brasil, no pré-sal da Bacia de Santos, foi a terceira área a ser ofertada. O bloco foi arrematado por BP, Ecopetrol e CNOOC. O óleo lucro ofertado foi de 63,79%, acima do óleo lucro mínimo de 24,82%.

A área recebeu duas ofertas. Houve consórcio entre BP, Ecopetrol e CNOOC. A outra oferta foi formada por Petrobras, Total e CNODC (China).

A área de Sudoeste Tartaruga Verde, no pré-sal da Bacia de Campos, recebeu apenas uma proposta, feita pela Petrobras, que exerceu o direito de preferência, como já havia anunciado. A estatal levou com o óleo lucro mínimo, de 10,01%.

BÔNUS ESTIMULA COMPETIÇÃO

Doze petroleiras foram habilitadas a participar, incluindo, além da Petrobras, companhias da China, EUA, França, Noruega, Reino Unido, entre outros. No regime de partilha, a produção pertence à União, que ressarce a petroleira pelos custos de exploração e produção. Neste modelo, o bônus de assinatura é fixo.

A empresa vencedora é a que oferece o maior percentual de óleo-lucro, que corresponde ao volume de petróleo destinado à União, após o desconto de gastos de exploração e produção. Serão ofertados três blocos na Bacia de Santos (Saturno, Titã e Pau Brasil) e um na Bacia de Campos (Sudoeste de Tartaruga Verde).

A Petrobras tem direito de decidir previamente se pretende atuar como operadora do bloco. O único bloco no qual ela exerceu esta opção foi o de Sudoeste de Tartaruga Verde. As reservas nesta área são interligadas ao campo de Tartaruga Verde, no pós-sal, já operado pela Petrobras.

 

Fonte: O Globo

Categorias: Economia

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