CABO FRIO / Comerciantes do Boulevard Canal criticam fiscalização realizada durante horário de pico do feriado prolongado

Segundo os empresários, além de chegarem ao local com PMs fortemente armados e em momento totalmente inadequado, assustando clientes, alguns fiscais também teriam sido agressivos em sua abordagem aos funcionários dos estabelecimentos


Comerciantes do Boulevard Canal, em Cabo Frio, reclamam de uma fiscalização realizada na noite desta quinta-feira (15), em pleno feriado da Proclamação da República e no horário de maior movimentação de clientes. A ação, realizada pela Coordenadoria de Posturas com o auxílio da Polícia Militar e da Guarda Municipal, tinha o intuito de alertar os donos de comércio com relação à falta de acústica nos bares e restaurantes do centro comercial.

Segundo os empresários, além de chegarem ao local com PMs fortemente armados e em momento totalmente inadequado, assustando clientes, alguns fiscais também teriam sido agressivos em sua abordagem aos funcionários dos estabelecimentos.

Nas redes sociais, clientes do Canal Retrô confirmaram que os agentes chegaram fortemente armados ao estabelecimento, mas ressaltaram que a abordagem do grupo aos donos do bar ocorreu de forma tranquila e durou cerca de cinco minutos. Luiz Falco, responsável pelo estabelecimento, afirmou que não teve nenhum problema com a fiscalização, e que "os fiscais foram super educados e esclarecedores, assim como a força auxiliar policial, que agiu de maneira igualmente respeitosa".

Já Narciso Conceição, do Closet Pub, que teve o estabelecimento interditado por tempo indeterminado, disse não ter recebido o mesmo tratamento dos agentes, e não poupou palavras para demonstrar sua indignação quanto à abordagem:

“Cabe à Prefeitura não só a responsabilidade de fiscalizar, mas também de informar os proprietários de tudo o que é necessário para desenvolver a sua atividade. No meu caso, estou há cerca de um ano esperando a Prefeitura me informar o que necessito para trabalhar adequadamente. Também se faz necessário ressaltar a forma muito educada e ordeira como cerca de 15 a 20 homens entraram pelos estabelecimentos armados de porretes e alguns até de fuzil para abordar os comerciantes” - ironizou o comerciante, que complementou:

“Estou arrasado, desmotivado e completamente disposto a partir deste país que tanto amo para não mais voltar. Fui tratado como criminoso e bandido por uma Prefeitura que nunca jamais em tempo algum me deu qualquer apoio” – lamentou o comerciante de origem portuguesa.

Nas redes sociais, a mesma indignação de Narciso Conceição foi expressada por frequentadores do Boulevard Canal:

“Não sei qual o órgão foi responsável pela operação nos bares e estabelecimentos noturnos no Boulevard Canal. Mas mesmo sendo a PMERJ, Bombeiros, Posturas, Meio Ambiente ou MP, acho totalmente sem cabimento fazer uma operação dessa num feriadão como esse (época do comércio lucrar com o turismo e os turistas conhecerem nosso comércio e opções de entretenimento), com um ano inteiro pra ser feita e dar tempo para todos se adequarem. Vamos ter respeito e um pouco de sensibilidade por favor. Os órgãos envolvidos nesse tipo de ação precisam assumir uma postura mais polida, com mais inteligência e sensibilidade com nossos comerciantes” – observou Rodolpho Campbell, que estava no Boulevard Canal no momento da fiscalização.

“Só em Cabo Frio tem dessas coisas. Bandido se instalando a rodo na cidade, que está falindo aos poucos, e isso ninguém vê. Bares tipo Cinderela, tendo que fechar as 23h ou 24h dependendo do dia, e tomando multa de R$ 5 mil se ultrapassar 1 minuto sequer. No fim das contas, os mais prejudicados são aqueles que trabalham com atividades que dependem do turismo, como o músico, o garçom e o cozinheiro. O dono do comércio, com certeza sem opção, fecha as portas. E Cabo Frio fica às moscas, mas mãos dos bandidos, e com moradores e visitantes migrando para as cidades vizinhas. Assim realmente fica difícil” – Rosana Batalha.

“A situação está lastimável. Ontem, antes da meia noite, estávamos próximo da Praia do Forte, conversando e comendo petiscos em um bar, e fomos obrigados a nos retirar do nada porque a fiscalização estava fazendo essa varredura junto com a PM e a Guarda Municipal. Sem contar uma blitz do nada criada por ali. Depois a população reclama do porquê Cabo Frio está do jeito que está. Não temos mais condições de sermos referência em turismo, que piora a cada ano” – relatou Rafaela Zamborlini.

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