Cabo Frio / ANP recomenda redução no preço da gasolina

Postos de combustíveis têm prazo máximo de 15 dias para atualizarem os preços


Apesar do preço da gasolina já ter caído nas refinarias da Petrobras, ele ainda chega salgado no bolso do cabo-friense. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) quer saber das distribuidoras o porquê dos preços ainda não terem baixado nas bombas. O litro da gasolina vendido pela empresa ficou 0,51 mais barato nos últimos dois meses, mas as distribuidoras só repassaram 0,26 dessa queda e, para o consumidor final, a redução não passou de 0,10.

O Portal RC24h foi às ruas para saber como o motorista de Cabo Frio reage ao reajuste proposto que ainda não foi obedecido.

"Alguém está ganhando com isso aí. E nessa falta de transparência é a gente que sai perdendo", desabafa Bruno Souza, de 33 anos. Bruno, que é gerente de uma loja de móveis, também alega que a gasolina cara atrapalha nos negócios. "Às vezes a venda é perdida porque a gente não pode deixar de cobrar um frete para uma entrega mais longe pelo preço do combustível". 

A iniciativa foi tomada após a paralisação dos caminhoneiros em maio, quando os manifestantes protestaram contra os altos custos do diesel. Segundo a ANP, os cabo-frienses pagam a segunda gasolina mais cara do estado do Rio de Janeiro.

Para quem usa a gasolina como meio de trabalho, o preço está ficando insustentável. É o que diz o motorista de Uber Ebert Paes. O profissional, de 54 anos, diz que a falta de transparência entre o posto e o consumidor gera descrença que o preço realmente caia. Ebert aponta a corrupção estrutural instalada no Brasil como um dos principais agravantes. 

O padeiro Jorge Henrique estava no ponto de ônibus quando foi abordado pela nossa equipe. Jorge tem 44 anos e diz que o preço do combustível sempre foi uma questão de preocupação. "Na realidade a gasolina nunca baixou. Eu preferi vender meu carro, andar de ônibus está me saindo mais barato", disse Jorge. Ele completou que sente falta de uma fiscalização mais assídua nos postos da região.

No último mês de outubro o Procon promoveu ações para fiscalizar os postos de gasolina na cidade de Cabo Frio, mas ainda não foi divulgado, oficialmente, o resultado dos relatórios encaminhados à ANP.

DISTRIBUIDORAS TERÃO QUE PRESTAR ESCLARECIMENTOS

A ANP solicitou na última terça (27), em um prazo máximo de 15 dias, esclarecimentos às principais empresas distribuidoras sobre os preços dos combustíveis. "O pedido atende à atribuição legal da Agência de zelar pela proteção do consumidor quanto a preços, qualidade e oferta de produtos", disse a ANP em nota.

O pedido ocorre após a pesquisa de preços da Agência ter revelado que na bomba a redução feita pela Petrobras às refinarias não chegou ao consumidor. "A Agência tem adotado várias medidas para dar maior transparência à formação de preços e solicitado informações dos agentes periodicamente. Dessa forma, foi observada a redução significativa de preços da gasolina A pela Petrobras, sem que essa decisão tenha chegado ao consumidor final", complementou a ANP.

                                                

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