VÍDEO/ Professora disse que foi xingada por vereador durante sessão na Câmara de Cabo Frio

Fato ocorreu nesta quinta (29), durante evento sobre Escola Sem Partido, do qual participaram vereadores, professores, estudantes e sociedade civil


A sessão da Câmara de Cabo Frio, ocorrida nesta quinta-feira (29), deu o que falar. É que durante o evento, ocorrido na presença de vereadores, houve uma confusão e uma professora da rede municipal cabo-friense acusou um vereador de tê-la xingado, e que teria mandado ela se f***r. Em seguida, o falatório tomou conta da assistência e os ânimos ficaram exaltados.

O evento, que reuniu representantes do Movimento Brasil Livre (MBL) para falar sobre a Escola Sem Partido, ficou "quente". Além do MBL, que quer implantar a Escola Sem Partido e que foi quem convocou a reunião para explanar o assunto, grupos contrários ao projeto também participaram da plenária, como representantes do Sepe Lagos, que é o sindicato dos profissionais da Educação, AERJ, FENET, PSOL e Grupo Iguais (ong LGBT).

 

 

O vereador Vaguinho (PPS), que apresentou o projeto da Escola Sem Partido, foi questionado pela professora Sinéa Barbosa, que é contra o projeto, o porquê dele estar tão preocupado com a educação, já que até então não havia se manifestado em nenhuma outra ocasião. Foi quando ele se virou para a assistência e perguntou que havia falado. A professora, então, se apresentou.

"Antes de me xingar, ele se virou e ficou perguntando quem havia falado, eu disse que havia sido eu e ele ficou me encarando. Depois mandou eu me f***r e virou-se rapidamente com a cadeira dando as costas pra assistência. E tem mais, na porta de saída da câmara (por onde saem os vereadores), ele ficou conversando com um grupo e me encarando. E eu fiquei na esquina e resolvi encará-lo também. Ele foi tão covarde que na saída (eu estava esperando por ele lá), ao ir pegar o carro, ele ainda me mostrou o dedo médio da mão!", detalhou Sinéa.

Sinéa vai prestar queixa formal na tutela coletiva da Câmara (por conta de quebra de decoro) e também irá registrar Boletim de Ocorrência na delegacia, acompanhada por testemunhas. 

O Portal RC24h ligou para o vereador Vaguinho, que não atendeu. Mas conseguiu contato com a assessoria do parlamentar, que informou à reportagem que "o vereador irá se manifestar em momento oportuno". Ele também não informou se registrou ou vai registrar ocorrência na delegacia.

SESSÃO

Após muita gritaria e confusão, a sessão acabou sendo encerrada. O que ficou acertado é que serão formadas comissões para discutir a Escola Sem Partido em audiência na câmara, já que o assunto agora é que começou a ser debatido.

O vereador Vaguinho quer colocar o projeto para frente. "O projeto é polêmico por causa da esquerda, mas de qualquer jeito vou botar para apreciação. Vou envolver o MBL, que quer botar o projeto para frente para discutir com a sociedade. O projeto tem algumas colocações que já estão na Constituição. É afixar essas regras nas salas de aula. Quero discutir com a sociedade, pois não sou professor nem educador. Minha visão é que não é um projeto para professor, mas que visa ao aluno, mas de qualquer forma é bom ouvir todos os lados e decidir", Vaguinho.

ESCOLA SEM PARTIDO

O Programa Escola sem Partido, ou apenas Escola sem Partido, é um movimento político criado em 2004 no Brasil o Deputado Federal Erivelton Santana é o autor do projeto de Lei 7180/2014 divulgado em todo o país pelo advogado Miguel Nagib. Ele e os defensores do movimento afirmam representar pais e estudantes contrários ao que chamam de "doutrinação ideológica" nas escolas. Ganhou notoriedade em 2015 desde que projetos de lei inspirados no movimento começaram a ser apresentados e debatidos em inúmeras câmaras municipais e assembleias legislativas pelo país, bem como no Congresso Nacional.

Segundo Nagib, o Escola sem Partido consiste em afixar nas escolas um cartaz com uma lista por ele chamada de "deveres do professor". O advogado afirma ainda que "esses deveres já existem" e que o objetivo é "apenas levá-los ao conhecimento dos alunos, para que eles mesmos possam se defender contra eventuais abusos praticados por seus professores, já que, dentro da sala de aula, ninguém mais poderá fazer isso por eles."

Categorias: Cabo Frio Política

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