Homem apontado como autor do homicídio que levou vereador de Arraial para a cadeia alega legítima defesa e se coloca à disposição da polícia

Advogado de defesa de Arthur Barreto dos Santos, que seria o responsável pelo crime, negou que seu cliente tenha atirado pelas costas, conforme apontado no laudo solicitado pela polícia. Pedidos de habeas corpos de Arthur e do vereador Thiago Fantinha foram solicitados à justiça


O homicídio do pescador conhecido como ‘William Louco, ocorrido no dia 15 de setembro, na Marina da Praia dos Anjos, em Arraial do Cabo, que teria motivado a prisão preventiva do vereador Thiago Felix (PSC), o Fantinha, por participação efetiva no crime, ganha novos elementos após o homem apontado como executor do assassinato ter se colocado à disposição da polícia alegando ter agido em legítima defesa.

O advogado de defesa de Arthur Barreto dos Santos, que seria o responsável pelo homicídio, negou que seu cliente tenha atirado pelas costas, conforme apontado no laudo solicitado pela polícia. Ele ressaltou que Arthur não está foragido, mas também não pode ser preso, mesmo com um mandado de prisão expedido pela justiça, já que a lei eleitoral não permite prisões fora do flagrante durante o período eleitoral.

“O Arthur segue com suas atividades normais em Arraial do Cabo e permanecerá à disposição da polícia para qualquer esclarecimento. Ele não tem que se entregar de forma imediata porque o artigo 236 do código eleitoral diz que ninguém pode ser preso cinco dias antes até 48 horas depois das eleições, a não ser em flagrante, o que não se enquadra no caso do Arthur. Como ele está colaborando com as investigações, consideramos que um pedido de prisão é ilegítimo, e por isso estamos buscando um habeas corpus” – disse o advogado Pedro Pinto em entrevista concedida à Folha dos Lagos.

Quem também trabalha nos bastidores por um habeas corpus é Filipe Roulien, advogado de Thiago Fantinha, que teve seu cliente preso em Arraial na segunda-feira (22) e transferido na terça (23) para uma casa de custódia em Benfica, onde aguarda transferência para um presídio da capital.

Paralelamente à prisão preventiva de 30 dias de Fantinha, que pode ser prorrogada por mais 30 dias, a polícia também cumpriu outros mandados de busca e apreensão, inclusive na residência e no gabinete do vereador, com o intuito de juntar mais provas que pudessem ajudar a esclarecer o crime.

 

DELEGADO DE ARRAIAL AFIRMA QUE CRIME POSSA TER SIDO MOTIVADO APÓS DISCUSSÃO POR MOTIVOS FÚTEIS EM UM BAR DO MUNICÍPIO

De acordo com Renato Mariano, delegado titular da 132ª DP, a principal linha de investigação da Polícia Civil aponta que o homicídio possa ter sido motivado por uma briga de bar ocorrida horas antes e por motivos fúteis.

“Pessoas afirmam ter visto um veículo preto, pilotado por Thiago, chegando à cena do crime. Na sequência, relatam que Arthur desceu do veículo, atirou pelas costas da vítima, como ficou comprovado no laudo cadavérico, e voltou ao veículo, que saiu em alta velocidade do local. Ou seja, um relato de execução que descarta a hipótese de legitima defesa por parte do Arthur e aponta a participação efetiva do Thiago no homicídio. Estamos trabalhando com a hipótese de que o crime tenha sido motivado por uma discussão anterior entre eles em um bar enquanto assistiam a um jogo de futebol” - detalhou Renato Mariano, que disse que os dois envolvidos irão responder por homicídio qualificado com motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.

Quanto a uma possível participação do vereador Cleyton da Costa Barreto (PTB) no crime, o delegado de Arraial do Cabo esclarece que a polícia não encontrou elementos que comprovassem uma ligação direta, já que Cleyton teria emprestado o carro usado no crime à Thiago para outras finalidades.

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