Delegacias do RJ fazem paralisação contra cortes

Na 126ª DP, em Cabo Frio, apenas crimes graves estão sendo registrados


Delegados da Polícia Civil fazem paralisação, nesta segunda-feira (27), para protestar contra o corte do orçamento e atraso nos salários no Rio de Janeiro. Até as 16 horas, serviços como registros de ocorrência e investigações estão suspensas. As perícias em casos de homicídio serão mantidas. Em Cabo Frio, segundo o delegado Carlos Abreu, titular da 126ª DP, apenas crimes graves, como homicídio e outros de caráter urgente, estão sendo registrados.


"Relutamos muito para não penalizar a população. Estaríamos penalizando muito mais se nos calássemos diante do quadro que estamos nos deparando. Hoje falta de salário a itens de higiene. Os policiais estão desmotivados, preocupados com as suas contas", afirmou o delegado Rafael Barcia, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sindelpol).


Segundo Barcia, as delegacias têm passado por "problemas gravíssimos". Os policiais têm se cotizado para pagar desde material de limpeza à comida de presos, que ficam custodiados temporariamente nas delegacias. Havia um cartão alimentação, que permitia ao delegado comprar alimentação para esse preso, mas o benefício foi cortado. “Hoje policial faz vaquinha para tudo. E isso com salário pela metade", afirmou.

No último pagamento, o governo depositou R$ 1.000 mais a metade do que falta para completar o salário integral do servidor. A outra parcela não tem previsão para ser paga. 


Na tarde desta segunda, a Coligação dos Policiais Civis do Estado, que representa inspetores, investigadores e comissários, faz manifestação em frente à Chefia de Polícia Civil.


Em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou a situação e informou que "entende que a reivindicação dos policiais civis é justa e devidamente motivada em razão das dificuldades enfrentadas".


"A Chefia de Polícia está avaliando com os Diretores Gerais a adesão do movimento, já tendo combinado com estes que o delegado titular da respectiva unidade avaliará a complexidade de ocorrências apresentadas e tomará as providências para o registro e demais medidas legais necessárias ao encarceramento de criminosos presos em flagrante".

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